Estudo citogenético da suscetibilidade à Bleomicina em indivíduos profissionalmente expostos ao chumbo

Autores

  • Agnes Barbério Departamento de Biologia da Universidade de Taubaté
  • Edmundo José de Lucca Instituto de Biociências - Departamento de Genética - UNESP/Botucatu

Resumo

O chumbo é um antigo poluente do meio ambiente e os efeitos desse elemento nocivo ao material genético ainda é incerto. O objetivo deste trabalho foi verificar se indivíduos contaminados pelo chumbo têm ou não maior suscetibilidade a bleomicina e se eles apresentam freqüência aumentada de quebras cromossômicas espontâneas. Foram analisados citogeneticamente, através da cultura de linfócitos de sangue periférico, 13 indivíduos expostos profissionalmente, pareados por sexo e idade com 13 indivíduos controles. Somente um indivíduo exposto foi sensível a bleomicina (1,32) e nenhum indivíduo do grupo controle apresentou sensibilidade à droga. Observou-se diferença significativa para o número médio de quebras e gaps por célula entre os dois grupos analisados, tanto para as culturas sem como com bleomicina. O número de gaps por célula, sem bleomicina, não apresentou resultado significativo quando se compararam os indivíduos dos dois grupos. Não se observou diferença significativa para as freqüências de quebras nos diferentes cromossomos ou grupos cromossômicos. A região cromossômica mais atingida por quebras foi a mediana. O efeito clastogênico observado confirma resultados de outros autores. Vários são os fatores que podem interagir com o chumbo e diversos mecanismos de atuação podem ser sugeridos, tais como, modificação da função enzimática normal envolvida na replicação e reparo do DNA, produção de radicais hidroxil e a variabilidade genética em relação à suscetibilidade aos efeitos do chumbo entre os indivíduos.

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Seção

Ciências da Saúde