Predação de ninhos artificiais em dois fragmentos urbanos de Mata Atlântica no Sudeste do Brasil

Autores

  • Anne Sophie de Almeida e Silva Laboratório de Primatologia, Universidade Federal de Santa Maria, Ciências Naturais e Exatas. Avenida Roraima, Nº 1000, Prédio 17, Sala 1005, Camobi, 97105900, Santa Maria, RS Brasil
  • Julio Cesar Voltolini Unitau

Palavras-chave:

estratificação vertical, mesopredadores, predação de ovos, sucesso de ninhos.

Resumo

A predação de ninhos é uma das principais causas de insucesso reprodutivo em populações de aves, particularmente em fragmentos florestais. Sabe-se que algumas espécies de répteis, aves e mamíferos utilizam ovos em sua dieta, no entanto, poucos estudos abordam essa predação e qual a possível influência destes na avifauna. Assim, os objetivos deste estudo foram: (1) comparar a predação de ninhos artificiais no solo e no sub-bosque, em dois fragmentos urbanos de diferentes tamanhos (1 ha e 10 ha), em Tremembé, SP; (2) obter a porcentagem de ovos não predados (sobreviventes) ao longo das semanas. Ao todo, 32 ninhos artificiais com ovos de codorna foram colocados no solo e no sub-bosque, sendo revisados semanalmente. A frequência de sobreviventes diminuiu ao longo das semanas, provavelmente pela propagação do odor dos ovos. No fragmento de 10 ha, o número de sobreviventes foi maior no sub-bosque (4,37±0,96) do que no solo (2,88±0,89), sugerindo como principais predadores vertebrados terrestres, como pequenos mamíferos, mesopredadores e répteis. No fragmento de 1 ha, o número de sobreviventes no sub-bosque foi menor (2,87±0,89) do que no solo (5±0,59), e mais ovos foram encontrados quebrados, com marcas de incisivos inferiores, sugerindo a predação de ovos por saguis ou mesopredadores de comportamento arborícola, como quatis e gambás.

Biografia do Autor

Anne Sophie de Almeida e Silva, Laboratório de Primatologia, Universidade Federal de Santa Maria, Ciências Naturais e Exatas. Avenida Roraima, Nº 1000, Prédio 17, Sala 1005, Camobi, 97105900, Santa Maria, RS Brasil

Atualmente é mestranda em Biodiversidade Animal pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com bolsa vigente pela CAPES. É bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade de Taubaté (2013) onde foi bolsista de Iniciação Científica do CNPq e da FAPETI. Tem experiência na área de Ecologia e de Zoologia, com ênfase em Comportamento e Conservação de Primatas.

Julio Cesar Voltolini, Unitau

Doutor em Biologia Vegetal (predação e dispersão de sementes) na UNESP, Mestre em Zoologia (Ecologia de Mamíferos) pela Universidade de São Paulo (USP) e Biólogo pela UFSC. Professor concursado pela Universidade de Taubaté onde leciona Ecologia, Bioestatística, Evolução. Membro (1998-2008) da comissão que administra as monografias de conclusão de curso e coordenador do Grupo de Pesquisa e Ensino em Biologia da Conservação (ECOTROP).

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Publicado

2015-11-09

Edição

Seção

Ciências da Natureza