TEXTO PRODUTO OU TEXTO PROCESSO? PRÁTICAS COTIDIANAS DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL

Resumo

Neste artigo, recorte de uma tese, investiga-se o trabalho dos professores de Língua Portuguesa de três escolas públicas de Niterói-RJ referente às formas de retomada do texto escrito em sala de aula pelo aluno, como a revisão e a reescritura, que compõem os processos de avaliação. Com base em autores da Linguística Textual, utilizaram-se questionários semiestruturados, grupos focais e entrevistas individuais, como dispositivos enunciativos, analisados em conjunto, a fim de compreender as versões dos professores sobre suas práticas, como fragmento da realidade material. Como principais resultados, compreendeu-se que: as retomadas do texto são sempre monológicas, sem participação discente no processo; os professores são os únicos “leitores” do texto escrito, texto-produto; a revisão é correção, pois ocorre, de modo esporádico, sobre os desvios formais, mormente sobre a ortografia; a reescrita é um procedimento raro e reservado à correção de erros cotextuais. Conclui-se que persiste, nas escolas analisadas, mesmo com os avanços das pesquisas dos estudos linguísticos, uma redação feita para o professor e corrigida pelo professor que atribuirá, sempre, uma nota final ao objeto-texto.