O EMPREGO DA METÁFORA NA CONSTITUIÇÃO DISCURSIVA DO ESCÂNDALO POLÍTICO MIDIÁTICO: O CASO NOVOS ALOPRADOS

Autores

  • Maria Eduarda GONÇALVES PEIXOTO Universidade Estadual do Ceará - UECE
  • Ruberval FERREIRA Universidade Estadual do Ceará - UECE

Palavras-chave:

Escândalo Político. Mídia. Discurso. Metáfora.

Resumo

Este artigo se ocupa em discutir a atuação de instâncias enunciativas de mídia no processo de constituição simbólica do escândalo político. Com base na concepção de escândalo político como evento midiático e simbólico (THOMPSON, 2002) e na definição de discurso como prática articulatória (LACLAU, 2008, 2011; LACLAU e MOUFFE, 1987), investiga-se o evento midiático Novos Aloprados (2010), examinando o seu movimento de significação a partir da análise comparativa entre as práticas discursivas das revistas semanais Veja e Carta Capital. Mais especificamente, descreve-se como ambos os discursos midiáticos significam as transgressões originais e secundárias envolvidas no escândalo em foco através do emprego da estratégia discursivo-textual da metáfora (LAKOFF e JOHNSON, 2002). O corpus é constituído por oito reportagens, que são dispostas em pares, de acordo com as quatro fases da sequência narrativa do escândalo, e examinadas observando os processos metafóricos conceituais, orientacionais e ontológicos mobilizados em sintagmas nominais e verbais referentes às transgressões. Ao final, a pesquisa indica que o escândalo político é parcialmente discursivo, constituído em parte e de diferentes modos pelas práticas discursivas dos media, que, associados à manipulação e ao poder, constroem o evento que noticiam (re)fundando valores, crenças e juízos quanto a formas de vida.

Biografia do Autor

Maria Eduarda GONÇALVES PEIXOTO, Universidade Estadual do Ceará - UECE

Mestre em Linguística Aplicada. Doutoranda em Linguística Aplicada pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Professora do Curso de Graduação em Letras e do Curso de Especialização em Literatura e Semiótica da Universidade Estadual do Ceará (UECE). 

Ruberval FERREIRA, Universidade Estadual do Ceará - UECE

Professor Adjunto do Curso de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Doutor em Linguística pelo Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP. Autor de GUERRA NA LÍNGUA: MÍDIA, PODER E TERRORISMO (Fortaleza: Eduece, 2007) e organizador de UM MAPA DA CRÍTICA NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM E DO DISCURSO (São Paulo: Pontes Editores, 2016).

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Publicado

2018-01-08

Edição

Seção

Artigos