Cumprindo a agenda ética da pesquisa em LA: uma análise da formação do professor

Resumo

As discussões atuais sobre a configuração da Linguística Aplicada (doravante, LA) contemporânea, sua relevância social, o compromisso ético em seguir uma agenda política, apontam para um modo de fazer LA voltado para a transformação social, ou melhor, para a reconfiguração da realidade, na medida em que esta é concebida como uma produção discursiva. Ao compreender que a linguagem cria realidades, repensar as práticas discursivas significa, nessa perspectiva, desconstruir discursos hegemônicos, dando voz aos comumente silenciados pela ideologia dominante, não para produzir um “olhar compreensivo” da alteridade, mas para buscar a emancipação desses grupos “minoritarizados” (CAVALCANTI, 1999). Nesse artigo, apresentamos como um trabalho de pesquisa na área de formação de professores filiado a essa perspectiva da LA busca cumprir sua agenda ética, ao voltar seu olhar crítico sobre os responsáveis pela formação – a academia e a Secretaria de Educação –, visando o fortalecimento do profissional frequentemente culpabilizado: o professor.