DISCURSO ASSISTENCIALISTA NA EDUCAÇÃO: UMA ANÁLISE DISCURSIVA DA LEI DE DIRETRIZES E BASES (LDB)

Autores

  • Viviane Dinês de Oliveira Ribeiro BARTHO Universidade de Taubaté

Palavras-chave:

Linguagem, Análise do Discurso, Formação do Professor

Resumo

Tendo passado por escolas públicas, observei queixas de profissionais da educação de que ficam engessados pelas leis que, em sua maioria, respaldam os alunos e não permitem um funcionamento mais rigoroso de normas da escola as quais visam à disciplina e ao comprometimento dos alunos com o próprio estudo. Esse afrouxamento de regras parece contribuir para o mau desempenho dos alunos em avaliações internas e externas e para condutas de indisciplina dentro da escola. Diante disso, levantou-se a hipótese de que esses problemas seriam efeitos de um discurso assistencialista em Educação resultado de uma memória discursiva brasileira. Assim, como objetivo amplo, pretendeu-se contribuir para pesquisas em Linguística Aplicada e, em dimensão específica, analisar a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), buscando encontrar indícios que ressoam a memória discursiva do assistencialismo. A análise foi conduzida à luz da Análise do Discurso Francesa, buscando, ainda, respaldo na Sociologia. O corpus de pesquisa foi constituído a partir do mencionado documento. Os resultados da análise permitem concluir que o discurso que permeia o documento analisado constitui interdiscurso relativo ao discurso assistencialista que caracteriza a sociedade brasileira. Esse discurso heterogêneo ressoa o discurso judaico-cristão de que somos constituídos e o discurso contemporâneo da liberdade que atinge todos os discursos, como o religioso e o familiar, incluindo o escolar. Os resultados apontam para uma impossibilidade de se considerarem apenas professores e alunos como responsáveis pelos resultados negativos em avaliações e pela indisciplina, uma vez que há outras variantes envolvidas, incluindo o discurso de que somos constituídos.

Biografia do Autor

Viviane Dinês de Oliveira Ribeiro BARTHO, Universidade de Taubaté

Graduada em Letras pela Universidade de Taubaté (2008); especialista em Leitura e Produçãode gêneros discursivos (2010) e mestra em Linguística Aplicada (2013) por essa mesmainstituição. Já estagiou como monitora no Grupo de Estudos em Língua Portuguesa (GELP),também na Universidade de Taubaté, no período de 2007 e 2008, e como professora auxiliarpelo Programa de Iniciação à Docência Superior (2012).

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Publicado

2014-02-19

Edição

Seção

Artigos