CARNAVALIZANDO A MATEMÁTICA: O DIÁLOGO ENTRE ÁREAS

Resumo

O ensino de matemática, embora com todos os investimentos e mudanças implementados nos últimos anos, ainda se apresenta descontextualizado, fragmentado e sem estabelecer relações com outras áreas de conhecimento. Dessa forma, neste artigo, objetivamos fazer uma breve reflexão teórica sobre a relação entre Língua Materna e Matemática permeada pela Carnavalização – de acordo com a teoria bakhtiniana – segundo a qual, o carnaval não sendo um fenômeno literário, mas uma cosmovisão em que se destaca o riso e a alegria, e que pode ter seus conceitos transferidos à matemática por meio de personagens engraçados como a boneca Emília de Monteiro Lobato. Como percurso metodológico, exploraremos o conteúdo matemático da Aritmética, a partir da obra Aritmética da Emília (LOBATO, 1935), observando as marcas da carnavalização presentes na obra e as contribuições que as teorias bakhtinianas, associadas quase sempre à Língua Materna, podem trazer para um ensino de Matemática mais consistente, significativo e interdisciplinar. Nosso embasamento teórico se reportará às obras de Bakhtin (2010a; 2010b), de Ponzio (2011), de Lopes (2006), de Abramovich (2006); de D’Ambrósio (1986), de Machado (2001), de Smole e Diniz (2001), de Devlin (2004) e de outros autores que versam sobre o tema. As reflexões aqui apresentadas apontam para uma pesquisa em fase inicial que se enquadra na área da Linguística Aplicada, justamente pelo perfil interdisciplinar que esta apresenta. (Observatório da Educação - Capes/INEP. Ed. 038-2010. Grupo de Pesquisas CONTAR - UFRN - PPGED/PPGEL/PPGECNM - Propesq).