Este artigo discute os saberes sobre argumentação que circulam nos livros didáticos de língua portuguesa dos anos finais do ensino fundamental, a fim de verificar de que maneira suas atividades didáticas possibilitam aos estudantes a experiência da prática argumentativa. Com base no quadro teórico de Plantin (2008) e Amossy (2018), concebe-se a argumentação como prática social de linguagem que envolve - numa situação comunicativa - argumentadores na construção de um discurso e um contradiscurso que respondem a uma mesma questão argumentativa. A análise focaliza uma sequência de atividades de argumentação proposta em uma unidade didática da coleção “Apoema” - aprovada pelo PNLD/2020 - e examina o tipo, a finalidade e o conteúdo dos exercícios que constituem a referida atividade. Os resultados sugerem que a atividade didática analisada oferece ao estudante a possibilidade de praticar a argumentação monologal, bem como ela pode favorecer o estudante a desenvolver as capacidades argumentativas de identificar pontos de vista nos textos e de construir seu ponto de vista e argumentos que o sustentam, porém não realiza leitura argumentativa nem permite desenvolver a capacidade de construir contradiscurso.
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