ESCRITAS DE SI NA ESCOLA: SUBJETIVIDADES E(M) DISCURSO

Autores

  • Wagner Ernesto Jonas FRANCO Universidade São Francisco
  • Márcia Aparecida Amador MASCIA Universidade São Francisco

Palavras-chave:

Linguagem, Discurso, Análise de Discurso, Identidade

Resumo

Resumo: O objetivo geral deste trabalho é levantar reflexões sobre a importância da centralidade da língua(gem) e do discurso para a compreensão da identidade do(a) aprendiz no processo de sua escolarização básica. O objetivo específico é analisar discursivamente textos autobiográficos, que denominaremos escritas de si, no sentido que lhes atribui Foucault, de aprendizes do primeiro ano do ensino médio de uma escola pública estadual. Procuraremos perceber os modos de inscrição desses(as) aprendizes na língua(gem), seus gostos, afetos, preferências, visões de escola e futuro. Nosso foco é compreender as implicações desses modos de inscrição subjetiva na língua(gem) para a educação formal do(a) aluno(a). A hipótese é de que a escrita de si é o espaço para o(a) aprendiz dizer de si e dizer o que ele quer que a escola saiba em um jogo imaginário de relações. A fundamentação teórica que se adota para este trabalho é o da Análise de Discurso que envolve, resguardando suas diferenças epistemológicas, os trabalhos de Michel Pêcheux e Michel Foucault. Após as análises, concluímos que diferentes discursos subjetivam os sujeitos em uma contínua relação entre poder e saber. Relações que produzem a identidade do sujeito, que é sempre móvel, heterogênea, descentralizada, não transparente, contraditória. Há problemas com os quais a escola precisa lidar para que a aprendizagem ocorra, pois são problemas que tocam de modo premente a identidade de seus(suas) aprendizes. E a escola precisa elaborar modos que permitam que os(as) aprendizes falem de si e dos problemas que lhes tocam.

Palavras-chave: Discurso. Escrita de si. Identidade. Escola. 

Biografia do Autor

Wagner Ernesto Jonas FRANCO, Universidade São Francisco

Doutor em Linguística pela Unicamp. Mestre em Ciências da Linguagem pela Universidade do Vale do Sapucaí. Professor de Língua Inglesa de escolas públicas e particulares.

Márcia Aparecida Amador MASCIA, Universidade São Francisco

Pós-Doutoramento pela Universidade de Wisconsin-Madison, no departamento de Curriculum and Instruction, com bolsa FAPESP (2015). Doutora em Linguística Aplicada pela UNICAMP (1999) e Doutorado-Sanduíche pela Universidade de Wisconsin-Madison (1998). Mestre em Linguística e Língua Portuguesa pela UNESP (1992) e Graduada em Letras pela UNESP (1979). Atualmente, professora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação, atuando na linha de Educação, Linguagens e Processos Interativos, da Universidade São Francisco, Itatiba. Tenho experiência na área de Educação e Linguística Aplicada, Linguagem e Discurso, atuando principalmente com os seguintes temas: análise das práticas discursivas educacionais, currículo, desconstrução, pós-modernidade, psicanálise, ensino-aprendizagem de línguas, produção de identidades e subjetividades no mundo contemporâneo, letramento digital, letramento para surdos, leitura e discursos sobre a pobreza.

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Publicado

2021-09-21

Edição

Seção

Artigos