INTERLIGAÇÃO ELETRODINÂMICA DE CORPOS ORBITAIS

Autores

  • Antonio Faria Neto
  • Francisco Antonio Lotufo

Resumo

A interligação de dois corpos orbitais se caracteriza pela sua união por intermédio de um cabo flexível capaz de suportar os esforços mecânicos resultantes dessa interligação. Quando essa interligação é feita por um cabo metálico, portanto condutor de eletricidade, ela é dita eletrodinâmica. O movimento relativo entre esse condutor e o campo magnético da Terra faz com que se desenvolva uma diferença de potencial elétrico (ddp) entre suas extremidades, induzindo um fluxo de elétrons ao longo do cabo de interligação, sendo que o circuito elétrico se completa através da ionosfera. Essa corrente elétrica induzida altera sobremaneira a dinâmica orbital desse sistema. Assim, o objetivo deste artigo é apresentar as principais características da interligação eletrodinâmica e como se pode tirar vantagens delas, tais como: gravidade artificial, geração de energia elétrica, estabilidade dinâmica de satélites artificiais, manutenção de órbitas de satélites artificiais com baixo consumo de combustível entre outras; e também seus principais problemas, como surtos na tensão induzida, instabilidade na potência fornecida, vibração no cabo da interligação e assim por diante. Esses problemas têm sido limitadores do desenvolvimento dessa tecnologia, mas uma vez equacionados, acredita-se que essa técnica possa ser amplamente empregada em diversos programas espaciais, minorando os seus custos. Como exemplo pode-se citar o caso da estação espacial internacional que necessita de 77 toneladas de propelente para manter a sua órbita por um período de 10 anos, mas se fosse projetada utilizando um sistema de interligação eletrodinâmica, para suprir apenas dez por cento das necessidades de potência, seriam necessárias apenas 17 toneladas de combustível, gerando uma economia de quase um bilhão de dólares. Outro exemplo são as viagens espaciais a planetas mais distantes tais com Júpiter, onde a distância do sol torna a conversão fotovoltaica menos efetiva e onde cada grama de propelente tem que ser transportada centenas de milhões de quilômetros.

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