ESCRITAS DE SI NA ESCOLA: SUBJETIVIDADES E(M) DISCURSO
Palavras-chave:
Linguagem, Discurso, Análise de Discurso, IdentidadeResumo
Resumo: O objetivo geral deste trabalho é levantar reflexões sobre a importância da centralidade da língua(gem) e do discurso para a compreensão da identidade do(a) aprendiz no processo de sua escolarização básica. O objetivo específico é analisar discursivamente textos autobiográficos, que denominaremos escritas de si, no sentido que lhes atribui Foucault, de aprendizes do primeiro ano do ensino médio de uma escola pública estadual. Procuraremos perceber os modos de inscrição desses(as) aprendizes na língua(gem), seus gostos, afetos, preferências, visões de escola e futuro. Nosso foco é compreender as implicações desses modos de inscrição subjetiva na língua(gem) para a educação formal do(a) aluno(a). A hipótese é de que a escrita de si é o espaço para o(a) aprendiz dizer de si e dizer o que ele quer que a escola saiba em um jogo imaginário de relações. A fundamentação teórica que se adota para este trabalho é o da Análise de Discurso que envolve, resguardando suas diferenças epistemológicas, os trabalhos de Michel Pêcheux e Michel Foucault. Após as análises, concluímos que diferentes discursos subjetivam os sujeitos em uma contínua relação entre poder e saber. Relações que produzem a identidade do sujeito, que é sempre móvel, heterogênea, descentralizada, não transparente, contraditória. Há problemas com os quais a escola precisa lidar para que a aprendizagem ocorra, pois são problemas que tocam de modo premente a identidade de seus(suas) aprendizes. E a escola precisa elaborar modos que permitam que os(as) aprendizes falem de si e dos problemas que lhes tocam.
Palavras-chave: Discurso. Escrita de si. Identidade. Escola.