A ORIGINALIDADE DA EXPERIÊNCIA EXISTENCIAL E A PLURICULTURALIDADE DOS JOGOS DE LINGUAGEM:
Fomentos de transformações
Resumo
Este ensaio objetiva refletir sobre o processo fenomenológico relacionado à consciência humana como modalidade de existência e, portanto, a dimensão constitutiva do existir e da construção dos saberes na qualidade de fomento de transformações que, como são inexoravelmente atravessadas pela linguagem, é um dos focos da Linguística Aplicada. A centralidade desta reflexão se situa na convergência entre como os sentidos, os conhecimentos e a subjetividade, construídos pela experiência do corpo, bem como da linguagem em uso podem ser recursos condutores de mudanças. Este estudo está pautado nos principais conceitos de Merleau-Ponty (1975, 1991, 1992, 1994) no que se refere à articulação entre nosso ser interior e o mundo sensível que, como consequência, instaura significados, transcendendo os signos do sistema linguístico. Conjugada a essa discussão teórico-filosófica, as concepções de Wittgenstein (1993, 1999) serão abordadas no que concerne aos modos de vida e aos contextualizados jogos de linguagem (WITTGENSTEIN, 1999), construídos e incorporados em práxis comunicativas, multidiversas e pluri interculturais. A relevância deste estudo para a Linguística Aplicada reside no fato da importância de se trazer à baila que o papel da linguagem, além de possibilitar a comunicação e a descrição da realidade, é imprescindível para o incremento de vicissitudes. As considerações finais serão elaboradas sob à ótica das reflexões acerca das interfaces dos dois filósofos da linguagem relacionadas à conexão da figuração do mundo no que diz respeito à originalidade da experiência existencial para o impulso das renovações, fundamentadas na construção dos sentidos, na percepção, na subjetividade, tal qual nos jogos de linguagem.