EM LINGUÍSTICA APLICADA (PARA “CORTAR”), UMA GEOGRAFIA DISCURSIVA (EM ATITUDES CU-IR/QUEER):

NO SERTÃO, UM LOTEAMENTO PARA A FAMÍLIA JOVEM, BRANCA E CIS-HÉTERO?

Autores

  • Ismar Inácio dos SANTOS FILHO Universidade Federal de Alagoas

DOI:

https://doi.org/10.69609/2176-8625.2024.v30.n5.a3943

Resumo

A Linguística Aplicada é uma área de conhecimento nos estudos em linguagem e vida social que sempre se problematiza, de modo a interrogar suas ancoragens e proposições (teórico-conceituais e metodológicas) e suas práticas de pesquisa, que se querem situadas. Nesse interesse epistemológico, no Gelasal orientamo-nos por uma Linguística Aplicada para “cortar”, a partir da provocação de Santos Filho (2023), e estudamos sobre/em uma “Geografia discursiva”, em reflexões acerca da interface linguagem e território, investigando enunciados do cotidiano. Então, objetivamos questionar a produção enunciativo-discursiva de espaços-sujeitos, também sob uma postura afetada por, e inspirada em, teorizações cu-ir/queer, em Linguística Queer, tomadas como pesquisas de revide. Visamos, assim, dessacralizar e transgredir – cu-irizar – os estudos em linguagem e a vida social. Neste artigo (uma modulação da palestra de mesmo título realizada no 20º SePLA), abordo esse cenário de reflexões, que se dão do mesmo modo em curtos-circuitos, em choques, com a Historiografia dos Espaços e com a Arquitetura e Urbanismo, dentre outras áreas, a exemplo da Geografia Feminista e Queer. Na discussão, interrogo uma cena enunciativo-discursiva imobiliária publicizada no sertão alagoano (como procedimento metodológico), em que para a venda de terrenos em um loteamento imobiliário é realizada a venda da felicidade, a partir da imagem de um casal cisheterossexual, jovem e branco. Problematizo a relação enunciado-ideologia-espaços-sujeitos. Ironicamente, questiono: “Esse é o modelo de família brasileira, sertaneja?” Por fim (para as considerações), indago: Quais as contribuições (possíveis e necessárias) dessas pesquisas em Linguística Aplicada para des-aprendizagens, cortes e (re)imaginações de outros sertões-sujeitos?

Biografia do Autor

Ismar Inácio dos SANTOS FILHO, Universidade Federal de Alagoas

Doutor em Letras-Linguística (PPGL-UFPE) e Mestre em Estudos em Linguagem (MeEL-UFMT). Professor Adjunto no Curso de Letras-Língua Portuguesa (Campus do Sertão) e Professor Permanente no Programa de Pós-Graduação em Linguística e Literatura (PPGLL-FALE), na Universidade Federal de Alagoas. Coordenador-Líder do Grupo de Estudos em Linguística Aplicada/Queer em Questões do Sertão Alagoano (GELASAL), no qual se interessa pelas interfaces linguagem e território e linguagem e gênero e sexualidade.

Downloads

Publicado

2024-12-28