ACESSIBILIDADE AOS GÊNEROS DO DISCURSO VISUOVERBAIS NA ESCOLA: O PROCESSO DIALÓGICO DA AUDIODESCRIÇÃO E O LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Abstract

Este trabalho tem por propósito analisar a orientação teórico-metodológica de abordagem pedagógica do gênero do discurso visuoverbal no livro didático de língua portuguesa, especificamente, no manual do professor, questionando esse material escolar sob a ótica da audiodescrição especializada, na perspectiva da educação especial e inclusiva. Em sua metodologia, de base qualitativa, a pesquisa foi desenvolvida a partir do livro didático de língua portuguesa do 9º ano do ensino fundamental destinado ao professor, parte integrante da coleção composta por quatro volumes em circulação nacional, aprovada e distribuída em todo território nacional pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD, 2017). O quadro teórico adotado nesse estudo ressalta o caráter enunciativo das interações de linguagem, conforme Volochínov (2017) e Bakhtin (2003). Articula-se a essa reflexão, o estudo da audiodescrição como recurso de acessibilidade comunicacional (MOTTA, 2016). Os resultados apontam que embora haja sugestão do trabalho com a diversidade de gêneros, quando se trata dos visuoverbais, o livro didático destaca a importância da imagem para construção do sentido do texto, mas não mostra nas suas abordagens teórico-metodológicas qualquer indicativo de que é preciso que o docente explore o conteúdo imagético na perspectiva da acessibilidade, tendo em vista a possibilidade de se dirigir a um estudante com deficiência visual. Sobre esse aspecto, defendemos que os livros didáticos adotem como recurso de tecnologia assistiva a inserção de notas para audiodescrição nas obras, prestando-se os devidos esclarecimentos aos docentes sobre a importância e a necessidade de seu uso.