FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS PARA SURDOS: ENTRE O IDEAL, O REAL E O POSSÍVEL
Palabras clave:
Formação de professor, Ensino de português, Educação bilíngue, SurdezResumen
Neste texto, realiza-se uma análise exploratória do cenário atual da formação de professores de português como segunda língua (PL2) para surdos. Desde a aprovação da Lei da Libras, vêm-se implementando políticas linguísticas voltadas aos usuários da Libras, dentre as quais se encontram aquelas destinadas à implementação da Educação Bilíngue, proposta na qual se reconhece que a primeira língua dos surdos brasileiros é a Libras, e que esses têm direito de terem acesso ao ensino de PL2. No entanto, o acesso desse grupo ao ensino de português ainda enfrenta inúmeros desafios, que se tornam mais complexos no processo de inclusão educacional. Nesse contexto, levantamos algumas questões: qual o perfil dos professores de PL2 para surdos; que tipo de formação tem sido oferecida a esses profissionais?; que competências esse trabalho exige desses professores? Para refletir sobre essas questões, recorreu-se a estudos que abordam as políticas linguísticas na área da surdez, o ensino de PL2 e de PL2 para surdos e a formação de professores. Adotou-se como metodologia: (i) a análise de conteúdo de leis e textos normativos; (ii) a aplicação de questionários dirigidos às instituições federais de ensino superior; (iii) a realização de questionários e entrevistas com professores de português para surdos. A análise dos dados evidenciou que, apesar do reconhecimento oficial da educação bilíngue para surdos, a formação dos professores de PL2 ainda enfrenta vários desafios no que diz respeito à formação: (i) para o uso da Libras como língua de instrução; (ii) para o ensino de PL2 para surdos.