AS CRENÇAS DE ESTUDANTES PORTUGUESES SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA PELO VIÉS DA LINGUÍSTICA CULTURAL
Palabras clave:
Crença, Estudantes Portugueses, Ensino, Língua Portuguesa.Resumen
Neste trabalho buscamos reconstruir e compreender as crenças de estudantes de graduação portugueses sobre o ensino de Língua Portuguesa. Nosso aporte teórico envolveu a Linguística Cultural, que tem procurado, apoiada em teóricos como Sharifian (2017) e Palmer (1996), dar conta de ferramentas analíticas que objetivam examinar os componentes da cultura, no sentido de explorar as características da linguagem humana em suas interações com a cultura, objetivando examinar as características que levam a concepções culturais – esquemas, categorias e metáforas culturais, dentro de um quadro teórico que envolve a cognição cultural. Dentro da Linguística Aplicada, discutimos a noção de crenças, buscando apoio em autores como Barcelos (2007, 2001, 1995), Dufva (2003) e Kalaja e Barcelos (2003), entendendo esse termo como uma complexa rede de pontos de vista, de natureza dinâmica e processual, que emergem em determinadas situações de interação pela linguagem. O suporte para as reflexões sobre noções de cultura foi trazido das discussões de Santaella (2005) e Laraia (2001), no sentido de termos consciência de que diferenças culturais indicam a necessidade de negociação de significados e concepções dentro de processos de comunicação intercultural. Nosso percurso metodológico envolveu a reconstrução de esquemas culturais, apoiados em Reyes (2015), que nos abriu caminho para a compreensão das crenças dos estudantes sobre o ensino de Português, foco principal deste estudo. Os resultados indicam que os estudantes percebem o ensino de Língua Portuguesa como forma de desenvolver a habilidade de usar corretamente a língua, ou seja, falar e escrever corretamente de acordo com a variedade padrão.