O ESTUDO DE FÁBULAS NA ESCOLARIZAÇÃO DOMÉSTICA:

QUE LETRAMENTOS LITERÁRIOS ESTÃO CONSTRUÍDOS?

Autores

  • Ana Beatriz Simões da MATTA Colégio Pedro II /Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Rafaela Iris Trindade FERREIRA Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.69609/2176-8625.2024.v30.n3.a3820

Resumo

Este trabalho, em diálogo com a Análise Dialógica do Discurso (Brait, 2012) e inscrito na abordagem inter/transdisciplinar da Linguística Aplicada (Moita Lopes, 2006), objetiva compreender que visões de letramentos literários são legitimadas (ou não) em um material de ensino de literatura, com ênfase no gênero fábula para o ensino de retórica clássica, no contexto da escolarização doméstica. Parte-se do pressuposto de que a escolarização doméstica, como fenômeno social, encontra legitimidade em uma governamentalidade neoliberal fascista (Lockmann, 2020), na qual o Estado brasileiro se inscreveu durante o governo Bolsonaro (2019-2022). Filiadas à noção de letramentos literários de Amorim et al. (2022), lançamos os seguintes questionamentos: (i) que visão (visões) de ensino de literatura está (estão) presente(s) no material?; (ii) as atividades de interpretação propiciam ao aluno a construção de sentidos sobre os textos, sobre si mesmo e sobre a sociedade? e (iii) os exercícios direcionados à parte de retórica buscam desenvolver o agenciamento do aluno a partir da leitura do texto lido? A partir destes questionamentos, concluímos que, no material, privilegia-se uma visão autônoma de letramentos (Street, 2003) por não se considerar o desenvolvimento de uma relação estética com o texto, ignorar-se o movimento exotópico e tampouco propiciar o posicionamento crítico do

Biografia do Autor

Ana Beatriz Simões da MATTA, Colégio Pedro II /Universidade Federal do Rio de Janeiro

Possui bacharelado e licenciatura em Letras Português-Espanhol pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). É Mestre em Linguística pela UERJ e possui pós-graduação Lato Sensu em Ensino de Línguas Estrangeiras pelo CEFET-RJ. Atualmente, é doutoranda em Letras Neolatinas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professora efetiva de Língua Espanhola do Colégio Pedro II. Tem interesse em pesquisas sobre escolarização doméstica, Análise Dialógica do Discurso, tecnologias digitais, formação docente e ensino-aprendizagem de língua espanhola como língua adicional, além de leitura e produção textual em Língua Portuguesa.

Rafaela Iris Trindade FERREIRA, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduada em Licenciatura em Letras - Português/Espanhol pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em Educação Linguística e Práticas Docentes em Espanhol pelo PROPGPEC/Colégio Pedro II. Possui experiência em ensino de espanhol como língua adicional e de português para estrangeiros. Atualmente, é mestranda (bolsista CAPES) em Letras Neolatinas pelo Programa de Pós-graduação em Letras Neolatinas da UFRJ e desenvolve pesquisa dentro dos temas: variação linguística, material didático e ensino de espanhol para brasileiros.

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Publicado

2024-05-26

Edição

v. 30 n. 3 (2024): DOSSIÊ - EDUCAÇÃO

Seção

Artigos