REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE SER NEGRA COM DEFICIÊNCIA POR ESTUDANTES NEGRAS COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO FUNDAMENTAL
DOI:
https://doi.org/10.69609/2176-8625.2024.v30.n3.a3823Resumo
A pesquisa teve como objetivo investigar representações sociais de ser negra com deficiência por estudantes negras com deficiência na escola. A Teoria das Representações Sociais (TRS) foi tomada como referencial teórico-metodológico do estudo. Participaram sete estudantes, meninas matriculadas no Ensino Fundamental de uma escola pública municipal do estado do Rio de Janeiro. A pesquisa teve natureza qualitativa, e a geração de dados foi realizada com uso do Teste da Boneca 1 e 2. No primeiro, duas bonecas, uma preta e outra branca, foram colocadas diante de cada estudante, para que respondessem a algumas questões. No segundo também foram utilizadas duas bonecas, uma preta e outra branca, no entanto a branca com amputação da perna direita acima do joelho e utilizando muletas. As conversas, feitas individualmente, foram registradas por meio de videografia e analisadas com apoio da análise microgenética, baseada em referencial vygotskyano. Os resultados permitiram propor, como hipótese interpretativa, um modelo figurativo da representação social de “ser negra com deficiência” que se objetivou na imagem de “ser feia”, associada a “cabelo ruim”, “má” e “diferente”. Além de expor a experiência do racismo estrutural vivenciado pelas participantes, a pesquisa mostrou que a ausência dessas discussões no contexto escolar dificulta a inclusão e a construção da identidade negra com deficiência por elas.