CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO NAS AULAS DE DUAS PROFESSORAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Resumo

Os avanços no domínio das teorias cognitivas, socioconstrutivistas e socioculturais contribuíram fortemente para ampliar e diversificar os estudos sobre a concepção, as funções e as práticas de uma avaliação menos classificatória e mais voltada para as aprendizagens quotidianas. Entretanto, observa-se ainda hoje uma enorme distância entre os importantes desenvolvimentos teóricos na área da avaliação escolar e as práticas avaliativas na sala de aula de Língua Portuguesa. Este estudo, que se baseia, principalmente, em pesquisas de cunho francófono e anglófono que abordam a avaliação como suporte para o ensino e aprendizagem, tais como as conduzidas por Allal (2007), Hadji (2011), Morrissette (2010) e Zimmerman (2000), tem por objetivo apresentar, de um lado, uma síntese dos avanços na avaliação das/para as aprendizagens e, de outro, evidenciar, por meio da análise das entrevistas de duas professoras de Língua Portuguesa da rede municipal de ensino que, tal como apontam os estudos desenvolvidos nas últimas décadas, a avaliação escolar ainda se caracteriza predominantemente por práticas somativas, muitas vezes, consideradas formativas. É possível que esse fenômeno decorra do fato de não haver no campo do ensino de língua portuguesa estudos que apresentem estratégias didáticas, cientificamente comprovadas, para a implementação de práticas formativas.