Eficácia de desinfetantes comerciais na inibição da evolução de ovos de Ancylostoma spp. obtidos de cães naturalmente infectados

Autores

  • Tatiana Suzuki
  • Francine Alves da Silva Coelho
  • Flávia Grasiela Marson
  • Matheus Diniz Gonçalves Coelho
  • Ana Julia Urias dos Santos Araújo

Resumo

O potencial zoonótico das espécies causadoras da ancilostomíase canina traz sérios riscos à saúde pública mundial, principalmente em função de seu meio de transmissão, facilitado pela presença de fezes caninas no ambiente frequentado por humanos. A infecção em humanos por espécies de ancilostomídeos que tem como hospedeiro natural o cão, pode causar no homem a Síndrome da Larva Migrans Cutânea, popularmente conhecida como bicho geográfico e uma maneira eficaz de reduzir a possibilidade de transmissão é por meio da inibição da evolução dos ovos desse parasito. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a eficácia de desinfetantes comercias, na inibição da evolução de ovos de Ancylostoma spp. O estudo foi realizado no Laboratório de Parasitologia da Universidade de Taubaté e para tal, ovos de ancilostomídeos foram obtidos a partir de material fecal de cães domiciliados naturalmente infectados. As fezes foram processadas pelo método de Flutuação em Solução Saturada de Cloreto de Sódio (Willis) e somente as que continham ovos de ancilostomídeos foram selecionadas para experimentação. Para isolamento dos ovos de ancilostomídeos as amostras previamente escolhidas foram processadas pelo método de Centrífugo-Flutuação em Solução de Sacarose (Sheather) e posteriormente foram purificadas e conservadas em câmara fria. Os princípios ativos dos desinfetantes testados são: Hipoclorito de Sódio (A), Orto Benzil p-Clorofenol 70% (B), 0,45% de Cloreto de Cocobenzil Alquil Dimetil Amônio (C) e Cresóis a 10% (D). Os testes foram realizados em placas de poliestireno contendo 96 orifícios, onde cada orifício recebeu 100µl da solução purificada de ovos, contendo aproximadamente 2300 ovos/placa, em seguida foram separadas duas colunas para cada teste, sendo eles: controle (contendo somente ovos), produto puro e produto diluído nas concentrações 1/10, 1/20, 1/40 e 1/80, perfazendo um total de 16 repetições. Depois de preparada, a placa foi mantida em câmara úmida com controle diário de temperatura durante quatro dias. A leitura em microscópio óptico foi realizada diariamente, com a retirada de alíquotas de cada poço para verificar a viabilidade dos ovos. Apenas o produto B inibiu completamente a viabilidade dos ovos até o final do teste, porém todos os produtos quando aplicados puros mostraram atividade ovicida em todos os tempos de exposição, enquanto que o produto D foi o que apresentou os resultados menos eficazes. Os resultados obtidos demonstram a potencialidade do uso dos produtos testados no que diz respeito ao uso como desinfetantes de ambientes contaminados com ovos de ancilostomídeos. Entretanto destaca-se a necessidade de novos testes in vitro para determinação de produtos que possam apresentar ação ovicida, proporcionando assim ao consumidor mais uma medida profilática para o controle de doenças zoonóticas. Palavras-chave: Desinfetantes. Ancilostomídeos. Zoonoses.

Downloads

Publicado

2013-07-03

Edição

Seção

Ciências da Saúde