Insuficiência renal aguda após acidente botrópico: um relato de caso

Autores

  • Aline Maria Mendes Marotta Departamento de Medicina da Universidade de Taubaté
  • Marcela Rabelo Portugal de Alencar Departamento de Medicina da Universidade de Taubaté
  • Tatiana Alves de Andrade Departamento de Medicina da Universidade de Taubaté
  • Magdaleni Xagoraris Departamento de Medicina da Universidade de Taubaté
  • Gilson Fernandes Ruivo Departamento de Medicina da Universidade de Taubaté

Resumo

A prevalência de insuficiência renal aguda (IRA) após acidente botrópico é de 2-10%. O veneno dessas cobras pode causar alterações locais ou sistêmicas, como necrose e rabdomiólise no local da picada, hemorragia espontânea, IRA, edema cerebral e coagulação intravascular disseminada (CIVD). A IRA é uma das mais graves complicações do acidente botrópico, geralmente com oligúria e necessidade de diálise. A lesão mais freqüente na histologia é necrose tubular aguda (NTA), mas casos de necrose cortical também são descritos. A patogênese provável da IRA decorre das alterações hemodinâmicas, reações imunológicas, vasoespasmo, nefrotoxicidade direta do veneno e/ou CIVD, levando à oclusão vascular e isquemia renal. A evolução clínica depende da precocidade do diagnóstico e tratamento com soroterapia, hidratação e diálise. Descreve-se o caso de paciente jovem, do sexo masculino, que apresentou IRA decorrente de acidente botrópico, com acometimento inicial em membro inferior direito, com reação inflamatória local intensa, seguida de anúria. Recebeu hidratação vigorosa, soroterapia específica precoce, mas pela piora da função renal foi indicada hemodiálise precoce. No décimo dia de evolução houve recuperação da função renal, com volume urinário normal, sem necessidade de manutenção de diálise. A evolução clínica foi satisfatória, com recuperação da função renal precocemente após o tratamento hemodialítico.

Downloads

Edição

Seção

Ciências da Saúde