História Ambiental do Vale do Paraíba do Sul, Brasil

Autores

  • Antonio Carlos Pries Devide Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Pólo Regional do Vale do Paraíba
  • Cristina Maria de Castro Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Pólo Regional do Vale do Paraíba
  • Raul de Lucena Duarte Ribeiro UFRRJ/IA-CPGF
  • Antônio Carlos de Souza Abboud UFRRJ/IA-CPGF
  • Marcos Gervásio Pereira UFRRJ/IA-CPGCS
  • Norma Gouvêa Rumjanek Embrapa Agrobiologia

Palavras-chave:

Geografia ambiental, dano ambiental, conservação do solo.

Resumo

O objetivo desse trabalho é apresentar uma revisão da história ambiental do Vale do Paraíba Paulista (VPP), destacando a preocupação com o uso do solo e a conservação dos recursos naturais. A ocupação do território alterou a paisagem regional e a dinâmica ambiental. As agressões ao meio ambiente interferiram na atividade humana. O desmatamento nas montanhas para o cultivo do café, pastagens e o eucalipto modificou o movimento da água no solo, reduziu a taxa de infiltração e elevou o escoamento superficial. A forte erosão retirou horizontes do solo e assoreou os corpos d’água. No corredor urbano-industrial, a expansão das cidades degrada áreas inundáveis e matas ciliares com aterros irregulares. O excesso de poluentes na atmosfera interfere na saúde da população e demanda rigor no monitoramento e fiscalização. A expansão da mineração de areia em várzeas compromete a oferta de água subterrânea, contamina aquíferos por poluentes urbanos e agrícolas colocando em risco a estabilidade geoambiental. No interior turístico, devem ser evitados os parcelamentos irregulares, a impermeabilização do solo e a presença de estábulos em zonas ciliares, de afloramento e recarga, pois, degradam os recursos hídricos com efluentes, causam doenças diarréicas na população que consome a água sem tratamento. Sistemas conservacionistas de manejo do solo específicos a cada região devem ser adaptados às condições dos produtores rurais. Em relevo montanhoso, os sistemas agroflorestais (SAFs) e os reflorestamentos mistos com espécies nativas para madeira de lei são alternativas promissoras, pois, agrega valor a terra, protege o solo da erosão conservando os mananciais e incrementando o que resta de Mata Atlântica reabilitando funções ecológicas. A integração do eucalipto à pecuária (silvopastoril) em pastejo rotacionado e sistema ‘lavoura-pecuária-silvicultura’ (iLPS) é uma necessidade para reduzir o impacto da monocultura. Conforme a aptidão do solo e a legislação em vigor, atividades econômicas devem ser restritas em zonas de proteção ambiental. A promoção de outras atividades, tais como apicultura e a extração de produtos agroflorestais reduzem o impacto socioambiental do eucalipto, com melhoraria dos indicadores socioeconômicos. Um plano de manejo integrado e sustentável deve ser elaborado com a participação popular, adequando a ocupação do solo nos diferentes compartimentos da bacia hidrográfica, evitando atividades predatórias e danos socioambientais. 

Biografia do Autor

Antonio Carlos Pries Devide, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Pólo Regional do Vale do Paraíba

Pesquisador da APTA - Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios - Pólo Regional do Vale do Paraíba. Especialista em Gestão Ambiental de Sistemas Agrícolas (UFLA, 2004), Mestre em Agronomia Fitotecnia Agroecologia (UFRuralRJ, 2006), Doutorando de Fitotecnia Agroecologia da UFRuralRJ (2011-2014). Pesquisa sistemas agroecológicos de produção vegetal com espécies hortícolas (mandioca de mesa), culturas oleaginosas (mamona e pinhão manso), arborização urbana, silvicultura e sistemas agroflorestais visando a recuperação de áreas antrópicas (guanandi - Calophyllum braziliense e Acacia mangium).

Cristina Maria de Castro, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Pólo Regional do Vale do Paraíba

Atualmente é pesquisadora científica da APTA- Polo Vale do Paraíba, trabalhando em Projetos de Pesquisa na área de Fitotecnia avaliando sistemas sustentáveis de produção. Atua em projetos de Agroecologia em horticultura orgânica, com enfoque em sistemas conservacionistas de manejo do solo com utilização de adubos verdes e leguminosas anuais e perenes visando o aporte de nitrogênio utilizando técnicas de plantio direto, cultivo mínimo, e rotação de culturas com cereais de inverno. Na linha de pesquisa com Segurança Alimentar e Nutricional possui projeto com resgate de plantas tradicionais, valoração culturas e saberes locais. Atua em projetos com hortaliças orgânicas sob plantio direto; com seleção e melhoramento cultura da mandioca de mesa amarelas ricas em vitamina A. Na área de biocombustíveis , com enfoque para agricultura familiar, pesquisa a cultura do pinhão manso consorciado com adubos verdes perenes e culturas alimentares intercalares. É Doutora em Ciência do Solo, Mestre em Fitotecnia, Área de Concentração: Agroecologia.

Raul de Lucena Duarte Ribeiro, UFRRJ/IA-CPGF

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1962), mestrado em Plant Pathology - University of Wisconsin - Madison (1969) e doutorado em Plant Pathology - University of Wisconsin - Madison (1978). Atualmente é colaborador sem vínculo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e professor associado da carreira de magistério da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Fitopatologia, atuando nos últimos 20 anos, principalmente, em agroecologia e agricultura orgânica.

Antônio Carlos de Souza Abboud, UFRRJ/IA-CPGF

Graduado em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1982), mestrado em Agronomia (Ciências do Solo) pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1986) e doutorado em Agroecologia pela Dalhousie University (1992). Em 2001 realizou estágio pós-doutoral na University of California- Santa Cruz, no Center for Agroecology and Sustainable Farming Systems. Atualmente é professor Associado II no Departamento de Fitoecnia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e Diretor do Instituto de Agronomia da UFRRJ desde 2006. Atua desde 1992 no Sistema integrado de Produção Agroecológica (Fazendinha Agroecolócia km 47). Tem experiência na área de Agroecologia, com ênfase em Microbiologia e Bioquímica do Solo, atuando principalmente nos seguintes temas: Adubação verde, microrganismos solubilizadores de fosfato, cultivos em aléias, olericultura orgânica, tomate orgânico. Em 2008 participou da criação do Mestrado Profissional em Agricultura Orgânica, apeovado pela CAPES em 2009, do qual é coordenador.

Marcos Gervásio Pereira, UFRRJ/IA-CPGCS

Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), concluiu o doutorado em Agronomia (Ciência do Solo) nesta Instituição em 1996. Atualmente é professor Associado IV da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Foi chefe do Departamento de Solos, no período de 2000 a 2001. De abril de 2009 até outubro de 2013 foi Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Agronomia - Ciência do Solo (CPGA-CS) da UFRRJ. A partir de outubro de 2013 passa a ser Coordenador Substituto do CPGA-CS. É orientador do Curso de Pós-Graduação em Agronomia (Ciência do Solo) e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais, ambos na UFRRJ. Bolsista de Produtividade 1 C do CNPq e Cientista do Nosso Estado pela FAPERJ. Membro da Comissão da CAPES de Avaliação de Programas de Pós-graduação na área de Ciências Agrárias a partir de 2013. Publicou 206 artigos em periódicos especializados e 370 trabalhos em anais de eventos. Participou em 50 eventos no Brasil. Recebeu 26 prêmios e/ou títulos. Atua na orientação de monografias, trabalhos de conclusão de curso, bolsistas de iniciação científica, dissertações de mestrado, teses de doutorado e supervisão de pós-doutorados nas áreas de Agronomia, Recursos florestais e Engenharia Florestal, Botânica e Ecologia. Recebeu 6 prêmios e/ou homenagens. A partir de agosto de 2013 passou a ser 2 Vice-Diretor da Regional Leste da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. Vice Diretor da Divisão 3 - Uso e Manejo do Solo, da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, participando ainda da Comissão de Planejamento do Uso da Terra desta Divisão, da qual é Vice-coordenador. É membro titular da Comissão de História, Epistemologia e Sociologia da Ciência da Divisão 4 - Solo, Ambiente e Sociedade (SBCS). Coordena e participa de projetos de pesquisa relacionados a pedologia, ciclagem de nutrientes e uso e manejo do solo nos Biomas, Caatinga, Mata Altântica, Cerrado, Pantanal, Amazônico e Pampa.

Norma Gouvêa Rumjanek, Embrapa Agrobiologia

pesquisadora da Embrapa Agrobiologia desde 1989 onde atua na área de Microbiologia de Solos com foco em Ecologia Microbiana. Atualmente é chefe adjunta de pesquisa exercendo a função desde 2008. É pesquisadora 1C do CNPq e Cientista do Nosso Estado (FAPERJ) desde 2004. É farmacêutica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, obteve o grau de PhD pela University of London em 1983 em Química Farmacêutica e concluiu o pós-doutorado em 1993 na University of Madison-Wisconsin (EUA) na área de genética microbiana. É professora orientadora do Mestrado Profissional em Agricultura Orgânica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro desde a sua criação em 2010. O desenvolvimento de inoculantes bacterianos visando aumentar a contribuição da fixação biológica de nitrogênio e a promoção do crescimento de plantas gerou um inoculante rizobiano para feijão-caupi que rende anualmente cerca de R$ 6,7 milhões considerando a economia em fertilizante nitrogenado e uma solicitação de patente para um veículo a base de mistura polimérica para formulação de inoculantes. Publicou mais de 70 artigos em periódicos especializados e 11 capítulos de livros. Orientou 17 teses de doutorado e 14 dissertações de mestrado. Atualmente orienta três dissertações de mestrado.

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Publicado

2014-06-22

Edição

Seção

Artigo de revisão