Diagnóstico ambiental de área industrial contaminada por metais pesados
Abstract
De acordo com a Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental, o Brasil possuía em 2002, somente no Estado de São Paulo, um total de 255 áreas contaminadas e, em 2006, saltou para 1822. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi quantificar os teores de metais pesados na água, sedimentos fluviais e plantas desenvolvidas em uma lagoa e no solo, em área pertencente a uma extinta indústria recicladora de chumbo em baterias automotivas. As amostras de água, plantas e sedimentos foram submetidas à digestão nitroperclórica, e, em seguida, os extratos foram quantificados em espectrofotometria de absorção atômica para determinação dos teores dos metais Mn, Cu, Zn, Pb, Cd e Ni. Os resultados evidenciam que o sedimento fluvial está contaminado por Pb, Cu, Cd e Zn. A água do córrego Caetano por Cu e a da nascente por Cd. Em relação às plantas, das 26 analisadas, 17 apresentaram contaminação por Mn, 3 por Cu, 20 por Zn, 7 por Pb, 9 por Cd e 21 por Ni. Dessas, apenas a tiririca e o rabo de burro não apresentaram contaminação por nenhum dos metais analisados. Os maiores teores de Mn foram encontrados no cyperus, sapé, orquídea terrestre; vassourinha, asteracea, braquiária, junco, carrasquenta, eucalipto, lírio do brejo, taboa e musgo. Asteracea e o musgo exibiram os maiores teores de Cu. O cyperus, vassourinha, asteracea, braquiária, sapé, junco, carrasquenta, orquídea terrestre, samambaia (sp 1 e 2), samambaia comum, eucalipto, banana do brejo, lírio do brejo e musgo foram as que mais concentraram Zn. A taboa, cyperus, asteracea, orquídea terrestre e musgo exibiram mais Pb. O cyperus, vassourinha, braquiária, orquídea terrestre, asteracea, carrasquenta e musgo, o Cd. A taboa, braquiária, carrasquenta, cyperus (sp 1, 2 e 3), vassourinha, asteracea, sapé, junco, embaúba, orquídea terrestre, samambaia sp 1, samambaia comum, eucalipto, banana do brejo, lírio do brejo e musgo concentraram mais Ni. No geral, as plantas foram boas acumuladoras e tolerantes aos metais, sendo que cada espécie mostrou maior especificidade à extração de um determinado metal, demonstrando seu potencial como fitoextratoras para esse metal. A asteracea e o musgo exibiram tolerância a todos (Pb, Cd, Zn, Mn, Ni e Cu), concomitantemente. Os teores dos metais quantificados estiveram acima dos permitidos pela legislação internacional para plantas, caracterizando a contaminação da área industrial por metais pesadosDownloads
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Ciências da Natureza