Revisão de Sistemas para cultivo de microalgas: uma alternativa sustentável para tratar efluentes e reduzir a poluição atmosférica

Resumen

As microalgas são organismos microscópicos procariotos/eucariotos encontrados em ambientes marinhos e em água-doce. Realizam a fotossíntese, processo de captação da luz solar para conversão em energia química. Podem ser cultivadas em sistemas fotoautotrófico, fotoheterotrófico, mixotrófico e heterotrófico. No sistema fotoautotrófico as microalgas utilizam CO₂ como fonte de carbono por meio da fotossíntese, enquanto no fotoheterotrófico utilizam carbono orgânico. O sistema mixotrófico é composto por duas fases: a primeira em sistema fotoautotrófico e a segunda em sistema heterotrófico. O cultivo pode ser praticado em sistemas fechados (fotobiorreatores de placa, tubular e em colunas) ou abertos (raceways, lagoas circulares e lagos extensivos). A escolha do regime adequado para essa finalidade depende das características biológicas da microalga e do produto obtido ao final do processo. As microalgas podem ser utilizadas para o tratamento de efluentes e como matéria-prima para a produção de biocombustíveis de terceira geração. Durante o tratamento de efluentes as microalgas são capazes de remover matéria orgânica acumulada na água residual, como nitrogênio e fósforo. Quando descartados em área ambiental, esses compostos ocasionam a eutrofização do solo. A produção de biocombustíveis a partir de microalgas tem sido estudada como alternativa ao uso de combustíveis fósseis, cuja queima gera gases poluentes que contribuem com o efeito estufa, promovendo a retenção do calor das radiações solares. Neste sentido, além de dar um destino apropriado às águas residuais, o cultivo de microalgas vem sido considerado eficaz quando se objetiva obter energia limpa e sustentável.