Alterações lipídicas e risco de doença cardiovascular associados ao uso de anti-retrovirais em pacientes infectados pelo HIV
Resumen
Antes do uso dos anti-retrovirais, os portadores de HIV vinham a óbito em decorrência de infecções oportunistas. Com o surgimento de potentes esquemas terapêuticos, houve uma queda na letalidade e morbidade nas infecções pelo HIV. Porém, os efeitos colaterais assumiram grande importância, notadamente, as alterações sobre o metabolismo lipídico contribuindo para elevar o risco de doença cardiovascular. O objetivo é relacionar os principais esquemas de anti-retrovirais com possíveis alterações lipídicas e avaliar os riscos de doença cardiovascular. Foram selecionados 60 pacientes portadores de infecção pelo vírus HIV em uso de terapia anti-retroviral de um ambulatório de especificidades. Dados sobre características pessoais, perfil lipídico e morbi-mortalidade de familiares associadas a problemas cardíacos foram obtidos a partir da utilização de formulários nas entrevistas e de um protocolo para obtenção de dados prontuários. O sangue era coletado e levado para posterior análise de HDL-colesterol, LDL-colestrol, colesterol total e triglicerídeo. Foram realizadas também entrevistas para determinação dos fatores de risco cardiovascular, morbi-mortalidade de familiares e hábitos de vida dos pacientes. Dos resultados encontrados, 41 pacientes apresentaram algum tipo de alteração lipídica no organismo, observadas após o início do uso de esquemas terapêutico, de acordo com resultados anteriores obtidos no prontuário dos pacientes. Daqueles que tiveram seus exames alterados, todos fazem uso de inibidores de protease. Quanto ao risco de doença cardiovascular, 46 pessoas apresentaram de 1 a 10% de chance de risco de desenvolver doença em 10 anos, de acordo com hábitos de vida e predisposições genéticas. As alterações lipídicas identificadas nos pacientes podem estar relacionadas ao uso contínuo de anti-retrovirais principalmente os inibidores de protease.Descargas
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Sección
Ciências da Saúde