O bugio que habita a mata e a mente dos moradores de Itapuã - Uma análise de percepção ambiental no entorno do Parque Estadual de Itapuã, Viamão, RS
Autores
Gerson Buss
Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB/ICMBIO)
Helena Piccoli Romanowski
UFRGS
Fernando Gertum Becker
UFRGS
Palavras-chave:
etnoprimatologia, unidades de conservação, zona de amortecimento.
Resumo
O estudo da percepção ambiental é de fundamental importância para compreendermos as inter-relações entre as populações humanas e o ambiente, principalmente no entorno de Unidades de Conservação, onde devemos buscar o desenvolvimento de valores e atitudes nos moradores locais, que sejam compatíveis com a conservação da biodiversidade. Nesse sentido, nosso objetivo foi avaliar a percepção ambiental da comunidade do distrito de Itapuã sobre o bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans) e sobre o Parque Estadual de Itapuã, RS. Para acessar a percepção ambiental, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas. Dos 52 entrevistados, todos responderam que gostam dos bugios e os motivos mais citados foram: “eles fazem parte da natureza”, “não incomodam” e “são bonitos”. Quando questionados sobre a responsabilidade pela conservação desta espécie, 51,9% responderam que é “de todos”. A preservação das matas, plantio de frutíferas e a educação das pessoas são as principais ações sugeridas para melhorar a qualidade de vida dos bugios. O Parque Estadual de Itapuã é reconhecido como importante para este primata e para a conservação da natureza. A comunidade tem uma visão muito positiva do bugio-ruivo, provavelmente como consequência das atividades de educação ambiental desenvolvidas durante o processo de implantação do Parque. Os resultados reforçam o papel do bugio-ruivo como espécie bandeira para a conservação da biodiversidade na região.
Biografia do Autor
Gerson Buss, Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB/ICMBIO)