Trocas gasosas, desenvolvimento vegetativo, fenologia e potencial de água foliar de um seringal urbano (Hevea brasiliensis (Müell Arg.)), clone RRIM 600, no noroeste paulista (SP/Brasil).

Autores

  • Sabrina Ribeiro Latansio-Aidar Universidade Estadual Paulista
  • Elenice de Cássia Conforto Universidade Estadual Paulista

Resumo

A Hevea brasiliensis possui grande interesse econômico devido à produção de látex, sendo o Noroeste Paulista um polo preferencial para a heveicultura. Com o objetivo de estudar aspectos biológicos de um seringal urbano (anatomia foliar, desenvolvimento vegetativo, fenologia, potencial de água foliar e trocas gasosas), foi realizado um levantamento preliminar do local para diagnóstico da cultura e seleção da área de estudo, que se encontra às margens da Rodovia Washington Luiz na altura em que atravessa a área urbana da cidade de São José do Rio Preto. As medidas foram realizadas em 2002 e 2003. O comportamento fenológico foi variável, sem sincronia quanto ao início e duração dos eventos; a floração foi dispersa durante o ano e houve pequena formação de frutos. A transpiração estomática apresentou uma relação linear com as variações climáticas locais, e as plantas em geral mostraram boa eficiência no uso da água. Nas curvas de fotossíntese realizadas no período da manhã entre março e dezembro, há uma tendência de depressão do meio dia, e entre maio e agosto o horário de ocorrência da fotossíntese máxima foi observado apenas após 10h. Em dezembro a inflexão da curva é inversa aos demais meses, sugerindo maior capacidade fotossintética ao longo do dia. O crescimento vegetativo foi reduzido no período seco sendo o incremento na espessura da casca o parâmetro mais afetado; contudo, a taxa de crescimento relativo foi maior que em plantas com tratos culturais, sugerindo que as condições urbanas favoreceram o crescimento do seringal. Concluímos que o clone RRIM 600 mostrou melhor desempenho nesse seringal urbano que seringais rurais, porém apesar de florações acontecerem, a produção de frutos foi praticamente nula. Sugerimos que esse comportamento seja efeito da poluição da cidade, já que esse seringal não recebeu qualquer tipo de fertilização e/ou tratos culturais.

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Ciências da Natureza